aviso que se espalhou pelas redes sociais afirma que talking angela foi hackeado por um estrupador pedófilo será?
a notiçia apareceu a web em fevereiro de 2014 e pede para os usurários do aplicativos para smart phones e tabletes talking angela desisinstalem o software, pois estariam correndo risco de serem atacados.
De acordo com o texto, várias crianças que já brincaram com a gatinha Angela (personagem do game) acabaram desaparecendo, foram violentadas e/ou sequestradas. O aplicativo, segundo afirma-se, coleta dados sobre o usuário através de perguntas feitas pela Angela e os repassa ao hacker que teria conseguido se infiltrar no sistema do aplicativo.
Será que o Talking Angela é apenas uma fachada para um esquema para facilitar a atuação de pedófilos?
verdadeiro ou falso?
Angela é uma gata engraçadinha e personagem de um aplicativo para smart phones que repete o que o usuário diz, além de fazer uma série de tarefas quando se toca na tela ou se chacoalha o aparelho. Foi desenvolvida em 2012 pela empresa OutFit7, depois de alguns anos de sucesso com aplicativos similares como o Talking Tom.
Os jogos, que funcionam nas plataformas Android e iOS, já foram baixados mais de 1,5 bilhão de vezes! Só a Angela já teve mais de 57 milhões de downloads!
O sucesso do “joguinho da gatinha falante” foi tanto que não demorou muito para que boatos a seu respeito começassem a pipocar pela internet. Em fevereiro de 2013, uma versão em inglês desse mesmo boato se espalhou com muita rapidez em sites norte-americanos. Agora, em fevereiro de 2014, a história se repete (com algumas variações).
Como podemos perceber, esse alerta já existe há tempos e parece que só quem tem internet possui essa informação privilegiada. Não encontramos nenhuma publicação em jornais sérios sobre o assunto.
boato descabido
Chester Wisniewski, conselheiro sênior de segurança da Sophos, afirmou que ele e sua equipe fizeram inúmeros testes com o aplicativo e não viu nada de errado com o brinquedo. Ao contrário do que afirma o boato, a gatinha não fala nenhuma frase de teor sexual (mesmo quando não está em modo “infantil”) e apenas repete o que lhe falam (além de interagir com o usuário através de toques na tela ou balanço do aparelho).
O jornal de língua inglesa The Guardian fez alguns testes com o aplicativo Talking Angela para determinar o quão inofensiva é a gatinha e descobriu que não há nada de perigoso no software. Testes semelhantes foram feitos pela Sophos, empresa especialista em segurança digital, e nada foi encontrado de anormal no funcionamento do app.
aplicativo adequado para as crianças
Preocupada com a onda de boatos, a desenvolvedora do Talking Angela fez um comunicado em sua página para explicar que é impossível para um humano invadir o aplicativo e, mesmo que o modo infantil esteja inativado, não há como dados pessoais da criança que está usando o aparelho sejam transmitidos para alguém via web.
A versão atual de Talking Angela permite que a gatinha reconheça gestos faciais, mas a OutFit7 afirma que nenhuma imagem é enviada para a internet. Mesmo nas versões antigas – em que era possível tirar fotos – as imagens eram guardadas localmente, afirma a OutFit7, uma empresa familiar que se especializou em games infantis.
A desenvolvedora também explica que a personagem pergunta o nome e a idade da criança para aprimorar a experiência de interação entre software e usuário, mas que todos os dados são armazenados localmente.
Toda essa boataria em cima do jogo acabou impulsionando a popularidade do aplicativo. De acordo com o site Mashable, o Talking Angela chegou a ser o mais baixado na App Store na categoria entretenimento.
Uma das versões do boato que circula aqui no Brasil afirma que vários casos já estão sendo investigados, mas isso não procede. Não há nenhum caso de estupro ou sequestro relacionado ao Talking Angela. Quem afirma que isso está acontecendo de verdade deveria mostrar alguma prova!
conclusão
O Talking Angela não foi hackeado por nenhum pedófilo. Pelo menos, por enquanto, as crianças podem brincar tranquilamente com a gatinha. De qualquer maneira, é sempre bom os pais darem aquela verificada básica, de vez em quando, no que seus filhos estão fazendo online.
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